sábado, julho 05, 2008

Uma martelada no cravo e outra na ferradura


Blood Rights

Christopher Eccleston in Blood Rights - 1990
AIDS
João Cruzué

Dias atrás nós os crentes nos sentimos satisfeitos com a mobilização de uma parte de nossas lideranças que foi protestar em Brasília contra uma ameaça real de perda da liberdade de expressão religiosa. Com isto colidimos de frente com o anseio do movimento nacional gay que vem se organizando em busca de um pretendido direito o qual denominaram "Lei da Homofobia". É sobre este embate que desejo escrever algumas linhas de reflexão.

Não somos inimigos de homossexuais. Pensamos de forma diferente, mas em nenhum momento podemos ou pretendemos sair do caminho do amor cristão. Temos outra visão da vida mas não deixamos de amar as pessoas. Como bem interpretou o Irmão Valmir Nascimento Milomem, há um mal entendido nesta história: O que chamamos de crítica à opção homossexual, é entendido por seus líderes como discriminação devido a relatividade que este verbete possue.

Entendo que discriminação seria, por exemplo, se diante de uma Igreja Evangélica um pastor ou bispo expusesse o pecado do homossexualismo de um fiel e com isso humilhasse, execrasse, vilipendiasse, tal pessoa. Discriminação sim, por falta de amor, educação, compaixão e misericórdia, pois o padrão no trato com os fiéis da Igreja é Jesus Cristo. Se Jesus, o Senhor, nunca usou de preconceito diante de Zaqueu, um funcionário público corrupto, nem com Maria Madalena, uma prostituta, nem com a Mulher Pecadora no jantar da casa de Simão, o fariseu, e muito menos com mulher adultera sob ameaça de morte por apedrejamento - nos dias de hoje, com certeza ELE não seria um discriminador de gays. Jesus ama o pecador, embora abomine o pecado.

Temos que refletir, que por trás da opção gay há um vazio, que quer queira ou não só pode ser preenchido por Deus, que é o mesmo Jesus Cristo. São pessoas que precisam e merecem nosso amor cristão, que apedrejá-los não será uma atitude cristã. Há algo que não podemos desconsiderar: sem a graça de Deus, no dia de amanhã, qualquer um de nós poderá ser um homossexual, e com a graça de Deus, qualquer homossexual hoje, pode aceitar Jesus e ser um cristão nascido de novo. Somos salvos e continuamos assim por causa da Graça e da oportunidade que o Senhor nos dá.

Não podemos nos esquecer que há milhares de homossexuais com os dias contados, morrendo de Aids. E nenhum homossexual também deve se esquecer que os movimentos mais ativos de sua organização estão se apossando da maior parte dos recursos governamentais para divulgar os pretendidos direitos contra a "homofobia" às custas dos grupos que dão assistência médica e assistencial. Muitos homossexuais que são assistidos por esses grupos estão passando por grandes necessidades porque o dinheiro que recebiam hoje é canalizado para publicidade.

Com todo respeito, não existe ódio evangélico contra homossexuais. São pessoas dignas de nosso amor, embora não comunguemos com sua opção e sua conduta. Mas como diz aquele bordão" uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Se existe algum evangélico falando besteiras por aí insinuando que crente é inimigo de homossexual, fala por si próprio, e posso considerar esta pessoa tudo - menos um cristão. Nós não aprovamos este tipo de comportamento hostil

Podemos ser hostilizados, mas nunca hostilizar; podemos ser desprezados, mas nunca desprezar, podemos ouvir que nossa Bíblia é um livro homofóbico, mas sabemos que ela não é; podemos ser xingados por alguns homossexuais de sermos a escória do mundo, mas não podemos deixar de amá-los - não só por palavras quanto por atitudes. E se algum homossexual for em nossas Igrejas para dentro delas nos injuriar, de maneira nenhuma podemos revidar. Vamos ouvir calados e em oração. Orando sim, porque muitos homossexuais não sabem o que é ter paz, pois têm problemas de consciência.

Não existe cristianismo sem atitudes cristãs. Se Jesus veio para nos trazer vida, e vida com abundância, qualquer crente que pensa e age fora deste padrão, nunca conheceu o Senhor e não merece ser chamado de cristão.

João Cruzué
cruzue@gmail.com

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