sexta-feira, maio 08, 2009

Formas bíblicas de silêncio

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João Cruzué
No livro de Eclesiastes está escrito que tudo tem seu tempo determinado e que há tempo para todo propósito debaixo do céu. Inclusive o tempo de falar e tempo de ficar calado. Também há outras formas de silêncio na Bíblia que merecem uma boa análise. Então vamos ver isso de mais perto.
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No Salmo 115:17 está escrito que os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio. Esta semana foi particularmente dura quanto a esta forma, pois minha cunhada Dalva, a mais alegre, a mais barulhenta, faleceu e está em um lugar de silêncio na cidade de Barra do Turvo/SP


No Evangelho segundo Mateus, no capítulo 26, também está escrito que Jesus guardava silêncio diante do sumo sacerdote judeu no dia do julgamento. O líder religioso perguntava, mas Jesus continuava calado. Talvez admirado da ignorância dele, tão fora de sintonia com Deus. Então o sumo sacerdote perguntou: Conjuro-te perante o Deus vivo que nos diga se tu és o Cristo, o filho de Deus. Então Jesus abandonou o silêncio e produziu a prova oral que o condenou à morte. "Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu." Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: "Blasfemou! Que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!" Para um Judeu, Deus é único e não tem filho.

No Centro da Cidade de São Paulo as pessoas também fazem silêncio diante dos grupos de viciados em crack e loucos da Região da Praça da República. É o silêncio da desigualdade e da impotência. Se o próprio viciado não procurar por ajuda, ele não pode ser forçado nem ajudado. O silencio diante de uma liberdade da escolha de autodestruição.

Em Lucas 15, um pai amoroso não disse uma palavra quando o filho mais novo pediu a herança e foi embora de casa. Nada do que o pai dissesse teria valor. Foi o silêncio do amor e da sabedoria. Aquele pai aguardou em silêncio até o dia que avistou o filho retornando para casa. Então começou a falar sem parar: Trazei-me depressa a melhor roupa, ponde-lhe um anel na mão, sandálias nos pés, trazei-me o bezerro cevado e matai-o; comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha se perdido e foi achado!"

Em São João, um grupo de fariseus levaram uma mulher adúltera diante de Jesus. Eles queriam ver sangue. Eles acusavam e Jesus permaneciam em silência. Eles continuaram acusando e Jesus escrevia na areia, sem responder uma palavra. Quando os homens se calaram Jesus disse: "Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedera." Jesus guardou silêncio diante da hipocrisia. Quando ela se calou, pode ouvir uma crítica certeira. Em silêncio eles foram embora. Um silêncio de vergonha.

Em Apocalipse 8, por quase meia hora se fez silêncio no céu. O silêncio da expectativa.

Existe também o silêncio dos covardes, que no tempo de falar preferem ficar calados. Há ainda o silêncio de um coração contrito cujas palavras e gemidos já se esgotaram em oração. Há o silêncio da dor, da opressão, onde a língua permanece muda, enquanto as lágrimas falam.

Para cada tempo e ocasião existe uma forma de silêncio adequada. Mas eu guardei a melhor para o final. Se você ainda não aceitou Jesus Cristo como Senhor da sua vida, ou está distanciado dele como o filho pródigo, não fique em silêncio diante da oportunidade quando você sentir a voz de Deus falando a sua alma.

cruzue@gmail.com

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