sábado, setembro 04, 2010

Chilenos sepultados vivos a 700m da superfície


MINA SAN JOSE

A saga de 33 mineiros chilenos presos embaixo da terra.

Foto: AP
Bilhete recebido depois de 18 dias.
João Cruzué

A noticia mais importante do Natal não vai ser a eleição de Dilma. Nem a retirada dos soldados americanos do Iraque. O olhos do mundo a cada dia estarão mais atentos à saga dos 33 mineiros chilenos presos na mina de San Jose sob o deserto de Atacama desde 05 de agosto passado. A surpresa é que ainda não há tecnologia no século XXI para um resgate rápido e fácil.

A expectativa das autoridades chilenas demanda até quatro meses e 20 milhões de dólares para o resgate. Uma potente perfuratriz australiana de 30 toneladas está no centro das operações, segundo informações da CODELCO, empresa chilena, cuja filial foi aberta no Brasil no final dos anos 80s.

Sete caminhões transportaram as barras de perfuração e da perfuradora Raise Borer de propriedade da empresa Terra Service. O equipamento pode alcançar uma profundidade de 1.300 m de profundidade e abrir um poço de até 5 m de diâmetro, a partir de um primeiro furo vertical de 15 polegadas. O que vai retardar a perfuração são as falhas geológicas. Cada uma devera causar perda de tempo, pois para manter a segurança precisará ser cimentada, como um túnel de metrô.

O plano "A" tem por objetivo a construção de um poço vertical de 33 cm de diâmetro, a cargo de uma perfuratriz australiana Strata 950. Depois este poço-guia será alargado em segunda perfuração para 66 cm. Mas com receio de que alguma coisa possa dar errado, um plano "B" vai entrar em execução, para alargar um pequeno furo, existente há um mês, com a máquina Scharamn T-130. Isto é procedente, pois se ao completar quatro meses o plano "A" falhe, os mineiros dificilmente sairiam de lá com vida em oito meses. Além disso, o plano "B" pode antecipar em um mês a retirada dos mineiros.

O Presidente Piñera também fala de um plano "C", quando pensa em instalar no local uma perfuratriz de poço de petróleo que se for montada tem as dimensões de um campo de futebol.
Mas isto poderá não ser necessário

Com a tecnologia existente podemos fazer as seguintes comparações: Um caça, à velocidade do som, cobriria esta distância em torno de 02 segundos. Um carro de Fórmula 1, a uma velocidade de 320 km, demoraria um pouco mais: 7,87s. Com o equipamento existente, mais os cuidados necessários para perfurar rocha dura, a expectativa é de 04 a 05 metros por dia - em média. Neste caso, nem o um F-15 nem uma McLarem teriam eficiência alguma. Até hoje, sábado 04.09.2010, a segunda perfuratriz (plano B) vai alcançar os primeiros 50 m.

São apenas 700 m. Eu levaria 07 minutos para caminhar esta distância, que Usain Bolt correria em apenas 68 segundos. Mas o tempo de resgate já foi estimado em 100 dias, entre três a quatro meses. Isto pode demorar até dezembro, quem sabe por ocasião do Natal. O assunto é tão grave que até a NASA está interessada e envolvida no assunto. A agência americana enviou quatro especialistas: médicos, psicólogo, engenheiro de segurança, que estão trabalhando na San Jose.

Nunca em tempos conhecidos um grupo ficou soterrado e isolado no ventre da terra por tanto tempo. Para que saiam com vida precisarão de muita disciplina, exercícios, solidariedade e orações.

Posso imaginar o clamor geral a partir da imprensa, quando alguém não conseguir manter-se vivo até dezembro. Creio que este caso vai produzir ondas de aflições, orações e solidariedade do mundo inteiro. A esperança de 33 seres humanos, vivos, impossibilitados de ver a luz do sol, em pleno Atacama. Alguns deles podem passar por ataques de desespero com o passar dos meses.
Foi por isto que a NASA está presente, interessada em comportamento humano em ambiente de crise.

Por que estes 33 mineiros ( e tantos outros) chilenos se arriscaram em um buraco de 700 metros de profundidade com apenas uma saída, quando as normas de segurança exigem pelo menos duas? A resposta é simples: um salário bem mais compensador que trabalhar na agricultura. Maior o risco; maior o salário. Cerca de 14% da população chilena vive abaixo da linha de pobreza. Alguns dentro dessas 2.3 milhões de pessoas arriscam suas vidas trabalhando em minas inseguras do deserto do Atacama, trabalhando para ganhar menos de R$2.000,00 por mês.

A mineradora San Estebam não é a única vilã desta história. Cerca de 40% das receitas de exportação do Chile vêm das minas do Atacama. E por que minas como a San José, com apenas um "buraco" de saída, ainda estão funcionando? Com certeza esta explicação é razoável: por trás da negligência dos proprietários da mina, está uma negligência maior: a do governo chileno, que até agora fez vistas grossas ao dilema dos mineiros do Atacama. Há outra explicação?

Os olhos da imprensa mundial até agora não abordou a culpa das autoridades chilenas, apenas o assunto dos planos de resgate dos mineiros. Mas a partir do momento que o primeiro deles falecer lá em baixo, as críticas vão subir de tom.

Sob um olhar cristão, a semelhança dos 33 mineiros que arriscaram suas vidas pensando em dar um conforto maior para suas famílias, neste momento, quantas pessoas estão correndo grandes riscos, envolvidos em trabalhos sujos e até mesmo ilegais, como tráfico de drogas, prostituição e coisas piores? Ainda tem gente que pensa que servir a Deus com sinceridade é puro atraso de vida. Eu não penso assim, porque o Senhor tem cuidado muito bem de mim. Principalmente nos dias de angústia.

Vamos orar pelos mineiros chilenos presos e por suas famílias. Se alguém tiver condições, não fique só na oração: cobre por emails e outros meios maior responsabilidade das autoridades chilenas.


Fonte de informação: Internet.


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