domingo, janeiro 29, 2012

Jovem, lembra do Criador nos dias da tua mocidade

.

João Cruzué

Quão fracos e impotentes somos. Há dois anos, minha cunhada, Dalva, enfrentou duas cirurgias em três semanas. E apesar dos cuidados de médicos, esposo, amigos, ela partiu deixando muita dor. A morte é um inimigo real que ronda a todos nós. Fingimos que não acontecerá conosco, mas precisamos contar com essa possibilidade.

Eu sempre detestei visitar pessoas em hospitais, até o dia que fui trabalhar em um. Ali, você pode ver de tudo. A realidade que não aparece nas ruas: os infortúnios, doenças graves, acidentes, feridos de todo tipo - estão nos hospitais.

Como crente no poder da oração, já pude dar graças a Deus por parente curado de câncer, voltando vivo para casa. Por outro lado, também já orei e jejuei por muitos dias e o resultado foi nulo. Eu posso aceitar a decisão do Senhor em deixar uns e levar outros, mas nunca vou compreender bem as decisões Dele.
Antes da irmã Dalva, falecer, tive oportunidade de visitá-la no Hospital. Eu pedi licença por um dia no trabalho e fui com minha esposa e filha lá no Hospital de Pariquera-Açu, depois de Registro. Na ocasião, ao entrar na enfermaria, minha cunhada estava com tubos e eletrodos por todo corpo. Inconsciente, com uma operação de válvula mitral no coração, e outra operação para estancar um hemorragia no cérebro. Eu tinha acabado de orar à sua cabeceira e já me encontrava de saída, quando os outros pacientes me chamaram, porque ela tinha levantado a mão, mesmo em coma. Voltei e segurei com carinho aquela mão, quente, ardendo em febre. Foi a última imagem que tive dela viva.
Muitos oraram e muitos foram até o hospital para orar. Outros esperavam por um milagre que não veio. Diante da aparência da morte, somos como nada. Impotentes e Dependentes do Senhor. Em algumas ocasiões Ele responde, todavia, há situações que nem orações nem jejum resolvem. É preciso ter uma confiança bem grande para aceitar a vontade dele, principalmente, quando um parente bem próximo se vai.
Quando o sábio autor de Eclesiastes escreveu no capítulo 12 v.1: "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venha os maus dias, e cheguem os anos nos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento...." ele tinha um propósito. E este propósito é: nascer em Cristo, crescer em Cristo, viver em Cristo para quando os últimos dias de vida chegarem, você também possa dizer antes de dormir: Eu sei em quem eu tenho crido!
Não se lembra do Criador apenas com palavras, mas, sobretudo, com ações. Hoje é o 22 de junho de 2015. Lembra do Criador e de sua ordenança: Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda Criatura. E guarde bem outra afirmação sublime: "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás!"

Não desperdice a sua juventude com apenas futilidades, inutilidades e uma vida sem propósitos. Em tempos de tanto vício e prostituição, faça um concerto com Deus e consagre sua vida ainda jovem ao Senhor. Não espere pela velhice quando já não terá mais vigor para servir ao Senhor Jesus Cristo.

Para onde todos nós vamos, o que fica para trás são nossas memórias. Muitos já deixaram na história uma vida de futilidades, drogas, ociosidade e hipocrisia. Outros deixaram uma vida de compromisso com Deus, como Paulo, Lutero, Wesley, Judson, Carey, Moody, Nee, Edwards, Berg, Vingren. Jesus Cristo ainda é o mesmo.

O Espírito Santo ainda é o mesmo. Não desperdice sua juventude e força à toa. Não escreva seu nome na areia, deixe o Espírito de Deus se apoderar de você para escrever seu nome na Rocha.



É tempo de refletir e de se aproximar de Deus.



.

UD-3191 e a fidelidade de Deus


wallpaper de João Cruzué

Por João Cruzué

UD 3191 era a placa amarela de um carro nosso. Um Chevette Hatch, cinza, ano 80, comprado em 87 e vendido em 2002 por R$200,00. Se você está precisando ouvir a voz de Deus por causa de tempos dífíceis, leia este testemunho para fortalecer seu coração. Os protagonistas foram minha esposa e eu.

Em 1987, minha esposa vendia bordados de Ibitinga, cidade do interior paulista, próxima de Araraquara, famosa pelas colchas, toalhas, lençóis e outros bordados. Ela orou por um carro, para vender de porta em porta.

Chevette Hatch 80

Alguns dias depois, achamos um Chevette Hatch prateado, lindo, usado,pelo preço Cz$4.100.000,00. Havia tantos zeros na moeda que não mais me recordo se eram milhões cruzados ou cruzados novos. Era de uma época, em que o ex-presidente José Sarney começava seu discurso assim: "Brasileiras e Brasileiros..." E quando fazia discurso na TV, todo mundo corria aos postos porque o preço dos combustíveis ia aumentar.

Como já testemunhei, de agosto de 1992 a julho de 2003, fiquei desempregado e minha casa e eu passamos por muitas provações. Naquele período devo ter enviado mais de 500 currículos e participado de dezenas de entrevistas cujo resultado eram apenas portas fechadas. Daí, procuramos nos virar das mais diversas maneiras possíveis e decentes, à medida que as oportunidades iam aparecendo. Em 1995, abrimos um comércio ( em tempo errado) que depois não deu certo. Trinta mil de prejuízos. Também plantei tomates e depois mandiocas no sítio dos meus pais no Estado das Gerais - para não ficar ocioso.

Depois da fase dos "bordados", ajudei minha esposa a levar pessoas em excursões "bate e volta" para o Paraguai
. Depois ganhamos nosso pão ornamentando eventos. Fui vendedor de planos de saúde da Unimed Paulistana, atividade que o Senhor preparou para me fazer mais otimista. Eram muitas aflições, e também muitas orações.


Fomos dezenas de vezes com ele na "Feira de Flores" que acontece nas madrugadas de terças e sextas-feiras, no Ceasa de São Paulo. Duas da madrugada. Ao dobrar o banco traseiro, cabia muita coisa em um Cehvette Hatch. Rosas vermelhas: "dalas" e "vegas"; rosas champangne: "oceânias" e "versilhas". Crisântemos: "margarida" e "polar". Lisiantos brancos e lilazes. Tuyas, maços de gipsófila, paulistinhas, smailacs, heras, tangos, caixas de espumas florais, orquídeas, lírios para buquês, cestas, argila.Ufa!

De 1992 até 2002, nosso carro não foi licenciado. Com os recursos sempre lá embaixo, lembro-me do dia que orei ao Senhor mais ou menos assim: "Pai, eu preciso de ajuda. Nosso dinheiro dá suprir apenas nossas necessidades básicas. Gostaria que o Senhor cuidasse de nós neste aspecto, porque o dinheiro do licenciamento vai nos fazer falta. E Deus foi fiel. Nunca fomos abordados, em nenhuma blitz, em nossos caminhos para levar nossas filhas, todo dia, para suas escolas em Santo Amaro, para ir aos cultos na Igreja, para comprar roupas no Largo do Cambuci de vez em quando. Enquanto o modelo das placas dos carros já eram brancas e com três letras, a daquele Chevete sempre ficaram nas amarelas.

Um dia, precisando ir na Vila dos Remédios para buscar um arco de ornamentação com grandes colunas eu orei. "Senhor, a Vila dos Remédios é muito longe. Nosso carro ainda está com essas placas amarelas. Vou pedir uma bênção. Quero ir e voltar em paz. À noite eu darei um oferta de agradecimento. Fui buscar o arco.

Passei pela Avenida João Dias, depois da ponte, para abastece. Adiante do antigo Banco Bamerindus, hoje HSBC, dobrei à direita para pegar a "Marginal". Sabe quem estava lá na frente? Um guarda de trânsito. Voltar eu não podia; correr não ia dar certo. Vi um motorista parado junto ao guarda, e tive uma idéia. Também parei ao lado dele e perguntei: Seu guarda, como faço para pegar a Marginal? E ele, muito prestativo ensinou: vai em frente, dobra para a direita depois esquerda,...faça assim e assim. E foi desse jeito, com muita classe, que passei com
um carro velho, com placas amarelas proibidas diante do guarda. Não estou me gabando de esperteza, mas testemunhando que Deus é fiel e responde orações.

Fui à Vila dos Remédios, e trouxe o arco duas colunas para ornamentação, enormes, dentro daquele Chevette - não sei como, mas coube.
Voltei em paz, feliz da vida e cumpri meu voto. Uma oferta de gratidão na Igreja. Deus não precisava do meu dinheiro, mas aprovava minha liberalidade.


wallpaper de João Cruzué

O Senhor é Fiel.

O Chevette foi se deteriorando à medida que a "grana" ficava ainda mais curta. A ferrugem foi aumentando e comendo tudo. Era viciado ém óleo. Toda semana precisava de litro de óleo. Me tornei um mecânico razoável. As velas, pastilhas de freio, sangrias, eram por minha conta. A coisa piorou tanto que uma pedaço de ripa de madeira se transformou máquina do vidro da porta do motorista.

O escapamento eram ruim. Quando minha esposa saía da garagem acelerando, aquela "bagaça," o ronco era ensurdecedor. Em 1994 fomos cuidar de nossa primeira congregação - a Assembléia de Deus do Parque Santo Antônio. Nosso carro era o mais feio de todos. Eu cheguei a ouvir um comentário de ó possível saber quem está chegando à Igreja só pelo barulho do carro. O nosso tinha
um ronco inconfundível.

E, nós continuávamos esperando com paciência pelas bênçãos que "nunca" chegavam. Infelizmente, de vez em quando, também ouvíamos pregações "cotovelando" o testemunho de certos crentes que estão sempre debaixo de lutas.

Pasmem! o velho chevette caindo aos pedaços, foi roubado. Isso mesmo roubado! E achado, uma semana depois na calçada da subida da curva da Figueira Grande, Estrada do M'Boi Mirim. Passou uma semana, como ninguém mexeu no carro, nem puseram fogo nele, fomos lá, pusemos gasolina, uma bateria e ainda nos serviu por quase de um ano buscando flores do Ceasa e carregando os equipamentos de decoração. Eu estive caminhando nesta curva recentemente (2009) e o montinho de concreto onde o diferencial ficou preso - ainda está lá. Isto já faz sete anos! Deus é fiel.

E por fim, um sitiante comprou aquela "relíquia" por R$200,00.

Em julho de 2003, depois de onze anos sem um sustento fixo, o Senhor nosdeu uma oportunidade de ser contador num grande Hospital público do Município de São Paulo. Depois veio o concurso e passei . Estávamos sem carro há um ano e meio. Minha esposa também havia conseguido uma oportunidade como professora substituta em uma escola estadual.

Em janeiro de 2004, o Senhor nos concedeu a oportunidade de comprar nosso primeiro carro 0km, um Celta 2004 - DMJ 8496. Ficamos com ele pagando prestações até outubro - 2006. Na terceira semana de outubro/06, nós o trocamos por um Corsa Classic também novinho em folha, DSM 9976. Sem dívidas. Na segunda semana de outubro 2008, trocamos o Corsa por um Renault Logam 1.6 EEL 6258.Também sem dívidas. E por último, no Natal de 2011, compramos Mas nunca nos esquecemos daquele Chevette um Livina 1.6 da Nissan, com bancos de couro, direção elétrica, ar-condicionado.
.
wallpaper de João Cruzué

Mas foi através daquele Chevette Hatch 80 que Senhor nos provou e preparou para nós as bênçãos dos anos seguintes. É por isso que precisamos dar graças pelos dias de "deserto" porque é o tempo de ser provado no pouco. Se não aprender a ser agradecido pelas pequenas bênçãos do dia a dia, como vai saber ser grato pelas grandes?

Dê graças em tudo. Aguarde orando, se empenhando nas coisas espirituais e tentando nas materiais, porque vai chegar o dia queo Senhor também vai virar o seu "cativeiro".

Ao Senhor Jesus toda glória! Sua vitória já está com Ele.



Se este testemunho foi importante para sua vida, ore por mim.



Porque Deus permite a depressão



.
Vale da Morte - Califórnia

------------------------------------------------------------------------------------

"Faze-me saber os teus caminhos Senhor; ensina-me as tuas veredas.

Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação;

por ti estou esperando todo dia"

Salmo 25: 4-5.
------------------------------------------------------------------------------------

João Cruzué

Um fato é inegável: Nós cristãos não estamos livres da crise nem da depressão. Elas podem atingir a todos: Crentes e descrentes sem distinções. Já tenho escrevido algumas vezes sobre isso porque eu estive lá. Foram 11 longos anos de desemprego cujo pão de cada dia foi diminuindo, diminuindo, até quase secar.

Apesar de ser graduado, falar duas línguas, ter trabalhado com estrangeiros por mais de dez anos,não foi suficiente. Quando a porta se fechou, alguém jogou a chave fora.

Eu fiquei sozinho.

O conteúdo deste texto não é técnico. Não vou dissertar sobre os "n" passos para vencer a depressão e sair do buraco. Vou, sim, dar meu testemunho de como passei por ela e que lições tirei, para compartilhar com você que está lendo isso agora e precisa de uma palavra de Deus.

Sem rodeios. Deus permite que passemos alguns dias (ou anos) no vale da desesperança porque tem um propósito especial para nossa vida. Para encontrar este caminho e conhecer este propósito nós temos um problema: nós mesmos.

Somos por demais vaidosos, acomodados a nossa zona de conforto. Nossa vontade costuma prevalecer sobre a vontade de Deus. Nossa oração é pouca. Ficar sem responsabilidades, esplêndido. Nossos planos, apenas humanos. Com tantos atalhos desta vida, perdemos o rumo traçado pela vontade de Deus - O SENHOR.

E de repente, eu comecei a enviar currículos. Dezenas de currículos. Centenas de currículos. Eu fiquei desempregado em 31.07.1992. O ano de 1992 se passou e nenhuma porta de emprego aberta.

Se de um lado o vento Nordeste da luta financeira soprava trazendo a secura do deserto, na vida espiritual as coisas estavam bem. Comecei a dirigir minha primeira congregação, cooperando com o saudoso pastor Luiz Vicente Branco. Foram 67 meses cuidando da congregação da Assembleia de Deus do Parque Santo Antonio. Sim, sessenta e sete, porque eu não sairia com "66". A Igreja não percebia tanto a luta que passávamos, pois os cultos eram muito bons. As festas de Círculo de Oração e de grupo de Crianças, maravilhosas.

Em 1995, nossa filha mais velha estava em colégio particular. Tiramos. Nossos móveis de quarto, sala e cozinha velhos. E nós não trocamos. Nossa linha telefone fixo,nós vendemos para pagar dívidas. Nosso carrinho velho, um Chevette Hatch 80, ficou sem sem licenciamento desde 1992. Bebia um litro de óleo por semana.

Em determinado tempo não tínhamos mais como fazer compras. E um dia fui no supermercado e voltei para casa apenas com meio kilo de café. Eu orei, dei graças, e foi aí que aprendi o valor das pequenas coisas.

Em 1997, não tínhamos dinheiro para pagar as últimas prestações da nossa casa. Era o 15º ano. O último. O Bradesco contratara um escritório de cobrança e fizemos um acordo para pagar os atrasados. Não pudemos honrar o compromisso ajustado. Se não fora a ajuda de uma amiga de minha esposa, nossa casa tinha ido para Leilão. Já tínhamos recebido o aviso. Esta irmã, tirou seu dinheiro da poupança e nos entregou faltando um ou dois dias para o prazo fatal. Aqui, Deus cumpriu sua promessa que está escrita no salmo 23 - Senhor é meu Pastor, e as coisa básicas para a sobrevivência da minha casa Ele não deixará faltar.

A luta não diminuiu. O pão continuava escasso. Em agosto de 2000, eu precisei pedir licença ao Pastor Luiz para cuidar de assuntos familiares. Minha mãe estava precisando de cuidados, e minha família também. Não tínhamos nenhuma porta aberta e eu tive que me "virar". Enquanto atendia a minha mãe, me dediquei ao plantio de um hectare de mandiocas. Veio a seca e levou 1/3 do que havia nascido. Replantei e aguei por 45 dias. A chuva veio e com ela as ervas daninhas, mais altas que os pés de mandioca. Eu chorei. Mas em duas semanas tudo ficou limpo. Tempos de chuva, muito barro, e uma nuvem de mosquitinhos pólvora picando as duas orelhas. A seca e o mato ficaram para trás. O mandiocal cresceu tanto e era tão verde que parecia a "Floresta Amazônica." Meu pastor havia me dado um versículo, que dizia que Deus estava comigo. E estava. Vendi mandiocas por quase dois anos. Foram mais de 50 toneladas.

No começo de 2001, eu acabara de voltar da limpeza das ervas daninhas do mandiocal. Não preciso nem dizer que todo ano, eu continuava enviando currículos, fazendo alguns bicos como contador, com muito pouco resultado. Mas aí, eu entrei na reta final dos onze anos de muitas lutas e aflições financeiras. Ainda faltavam dois anos para os dias no vale terminarem. Não estava mais dirigindo congregação. Também não era mais preciso ficar olhando os pés de mandioca crescerem. Era ano novo e eu estava sozinho em casa. Em São Paulo. A família estava com meu sogro, em outro estado. E foi exatamente na primeira semana de janeiro de 2001 que eu recebi uma carta de um presidiário crente da Penitenciária I de Avaré.

Era o primeiro retorno em seis anos, de alguns folhetos que distribui para ser entregues aos presos dos três distritos policiais próximos de minha casa. Eu estava começando a acertar o caminho da vontade de Deus para mim.

Sim, eu estava deprimido.

Desconheço alguém que fique desempregado por nove anos seguidos que não esteja abalado em todas as áreas de sua vida. E estes abalos vêm principalmente da frustração de querer, mas não poder trazer o pão para dentro de casa. Não me esquecendo de mencionar as palavras ruins que nos momentos de grande angústia, nossos familiares e vizinhos valam. Você já foi chamado de lixo? Você já perdeu toda moral diante da família, por ser um imprestável? Você já foi para uma entrevista suando, tremendo e sabendo que vai ser mais uma portada na "cara"? Sim eu me especializei nestas coisas. Podem não ser as mesmas pelas quais você passa, mas elas produzem as mesmas feridas.

Embora todos me aconselhassem do contrário, o Espírito Santo me convenceu a ajuntar literatura evangélica usada. Depois eu as embalava em caixas e as mandava para os presídios onde conhecia os dirigentes das "igrejinhas" do cárcere. Todos tinham medo, mas o Espírito me disse no início: "Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias o acharás." Eu mandava as caixas depois de cheias pelo correio, e pelo sistema de encomenda normal. Para conhecer os nomes de presos que lideravam os grupos que eram as Igrejas dentro dos presídios, eu escrevia cartas sociais. A primeira caixa com 13,600kg seguiu para a PI de Avaré com 150 revistas usadas de Escola Dominical e uns 16 Bíblias. Durante dois anos e meio eu continuei firme nesta missão. Eu orei e planejei descobrir o nome de presos dirigentes de congregações em 50 cárceres em dois anos. Fiquei a duas congregações desta meta. Foram mais de 500kg de revistas e bíblias para cerca de 30 penitenciárias diferentes, a maioria no Interior paulista. Escrevia muitas cartas de aconselhamentos. Quase tantas quantos foram os currículos que enviei.

Eu comecei no ministério de literatura para presos no mesmo período que explodiram as 29 rebeliões do PCC no Estado de São Paulo. Eu recebi minha primeira carta de preso em janeiro. Em 18 de fevereiro de 2001, as rebeliões vieram. A primeira caixa de literatura seguiu em março do mesmo ano. A assistência religiosa nos presídios do Interior paulista cessou por causa das rebeliões. Era muito arriscado. As autoridades fecharam as portas. E Deus me preparou para atender com literatura neste tempo.

Se eu estivesse na minha vida confortável e próspera dos anos 80, eu jamais teria coragem de recolher literatura para presos. Meu próprio pastor me avisou que aquele trabalho não iria me dar nenhuma projeção ministerial. Eu continuei, porque sentiu a alegria do Espírito em mim. E se não fora esta ocupação, o gelo que levei dos colegas de ministério depois que saí de licença da congregação que dirigia para atender minha mãe, minha fé não teria sobrevivido. Deus me ocupou nisso para dar alguma relevância para uma pessoa que se sentia exatamente um lixo.

Na Estrada de Itapecerica tem um CDD - Centro de Distribuição Domiciliar dos Correios. Ali, durante dois anos e meio eu postei centenas de cartas de aconselhamento e comunicação com presos crentes. Ao lado deste CDD tem o Hospital Municipal do Campo Limpo. E Deus olhou para mim, e quando eu estava indo para o terceiro ano de ministério com literatura usada para presos, Deus me abriu a porta para trabalhar como contador em regime de emergência. Depois veio o concurso e eu passei em primeiro lugar. Contador concursado. Fiquei ali até o início deste ano - 2009. Pertinho da minha casa. Ia a pé. Depois de seis anos naquele lugar, fui trabalhar no Centro. E a Prefeitura de São Paulo gostou do meu trabalho, e convidou-me (três vezes) para fazer parte do time de contadores da Secretaria de Finanças. Fui aprovado em três entrevistas. A última, com o próprio Secretário. E ele me deu a boas vindas à nova Casa.

E o que tem o Salmo 25 com tudo isto?

A partir do momento que eu percebi que o desemprego começou a ficar longo, eu invadi o meu coração. E procurei em todos os cantinhos onde estava o pecado que me impedia de orar e ser ouvido por Deus. E eu tomei a "vassoura" do concerto e comecei a varrer e a perguntar: Senhor onde está esse pecado, para que eu possa confessá-lo e me endireitar diante de Ti? Ele nunca me falou. Só muitos anos depois eu entendi o seu propósito. Foi a partir desses 11 anos de deserta que eu aprendi que o Senhor é o meu SENHOR. Ele manda em mim, e eu obedeço. Ele tinha um segredo para me dizer, mas eu não tinha tempo nem ouvidos. Mas um dia, nove anos depois, quando eu abri a primeira carta de um preso e vi que tinha o mesmo carimbo que eu havia perdido há seis anos, eu percebi que Deus estava falando comigo. E quando eu entendi o espaço de tempo que aquela carta representava, os pelos dos meus braços deram glória a Deus, meu coração se encolheu e eu ouvi uma voz dentro do meu espírito que dizia: "Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias o acharás"

E por dois anos e meio eu lancei o pão. Fiz o que Deus queria que eu fizesse. E fiz com paixão. Quando eu chegava em alguma congregação ou na reunião dos obreiros, os crentes olhavam para o meu rosto e se lembravam das literaturas dos presos. Até hoje ainda me dão revistas para o cárcere.

O tempo de chorar terminou em 14 de julho de 2003. De lá para cá, nestes últimos seis anos, minha família e eu temos sido muito abençoados. A cada ano, as bênçãos aumentam. Mas eu não me alegro tanto por elas, mas por saber que a presença do Senhor está conosco. Que ele me mostrou um caminho mais excelente. Ele me corrigiu e mostrou que havia um serviço especial que era de minha responsabilidade fazê-lo. E como recordação me deixou mais de 500 cartas do cárcere.

Por que Deus permite a crise, a depressão ou um duro quebrantamento em nossa vida?

Eu entendi que ele queria que eu o chamasse de Pai. Que sua vontade era diferente da minha. Que para me mostrar o caminho era preciso 11 anos de desemprego e outros abalos. Que ele estava cuidando para que tivesse raízes mais profundas, para alicerce das grandes bênçãos e pelas outras maiores que Ele me dará. É no vale que se aprofundam as raízes. Hoje eu olho para aqueles anos e dou graças a Deus por eles. Eles não me aniquilaram, senão me tornaram mais humilde, servil, e apaixonado pelo serviço dele.

Não tomei nenhum calmante nem qualquer medicamento para vencer a depressão. Usei uma receita que funcionou muito bem e vai funcionar com você. Eu fazia longas caminhadas. Todo dia.

E durante as caminhadas eu orava.

O exercício físico resolve os problemas de ordem física. A oração vai até o trono da Graça de Deus. Do possível você cuida, e Deus cuida do impossível. Você somente vai conseguir arrancar a tristeza cotidiana com exercícios e oração. É no campo espiritual que você renova suas forças, quando fala com Deus, quando pede ajuda, quando chora nos ouvidos dele. Ele não vai interferir nem tirar você do deserto enquanto não for o tempo. A companhia dele você vai ter. Saiba disso, agradeça por isso, e se alegre pela resposta, pois cada dia no vale também significa menos um dia para a sua virada.

Não vá sair por aí ajuntando literatura para presos como eu ajuntei. Enquanto não ouvir a voz de Deus claramente em sua alma não arrisque em coisas incertas. Enquanto não souber o ministério especial que Deus, porventura, queira que você trabalhe, cuide normalmente de sua fé indo e participando das atividades da casa do Senhor onde você congrega.

Desejo, sinceramente, que seus dias no vale não sejam de forma alguma tão longos quanto o meu. E para terminar vou repetir: Quando Deus permite que um Cristão passe por períodos difíceis, com certeza é para que fique preparado para bênçãos maiores e ministérios maiores.

Quem diria que daquela atividade de escrever cartas para presos, Deus me ensinaria escrever um blog que hoje recebe mais de 1.000 leitores em média por dia? Pense nisto. Foi uma mudança e tanto.


"Qual é o homem que teme a Deus?

Ele o ensinará no caminho que deve escolher.

O segredo do Senhor é para os que o temem;

e Ele lhes fará saber o seu concerto."

Salmo 25: 12 e 14.



.

sexta-feira, janeiro 27, 2012

Novo Livro de Poesias de Sammis Reachers

.

CONTÉM: ARMAS PESADAS

ODE À ALTERIDADE


Olhar Cristão

Apresento a vocês o mais novo livro de Sammis Reachers, um deveras estranho livro de poesia.

Mas de que se trata, com título e subtítulo já tão (ou tão pouco) sutis? Esta é uma história de ação? Sim, um talvezépico sujo. Pois há muito de triller cinematográfico aqui, nesta ficção poética, belicosa história de amor, de perdições e redenções. O discurso poético praticado é experimental: fragmentário, interativo.

É um livro para ser lido online, um exercício amplo de hipertexto ou hiperliteratura, um livro que entre as interatividades propostas chega a possuir capítulos secretos (como fases bônus num jogo de videogame). Mas quanto ao teor e o conteúdo total dos experimentalismos, você precisará ler o texto para descobrir. E há muito a ser descoberto.

Cada capítulo/poema é precedido por uma fotografia também de Sammis, num planeamento gráfico objetivando simbioticamente se integrar e promover (antecipando/amplificando, e mesmo desconstruindo) os subclimas que irrompem aqui e ali no texto, com suas pitadas embaralhadas de noir, (pós?)romântico, romanesco, épico, etc.

O texto pode, pela rudeza e estranheza (a alteridade mesma) do discurso, espantar algum irmão na fé acostumado à poesia dita cristã, devocional, embora a mensagem de redenção (ou melhor, de redenções) seja o mote central do poema.

Antes da sua conversão, o experimentalismo era a principal linha poética que Sammis perseguia, quando editava o fanzine Cardio-Poesia, onde praticava experimentalismos tipográficos e artesanais, como rasuras, colagens, etc., no que muitas vezes era quase um ‘fanzine-objeto’.

Este texto é um (febril, escrito/fotografado/editado em dois meses) exercício, anos e anos depois, de retomar aquela velha veia experimental.

Leia, indique, compartilhe em seus círculos, redes sociais. E diga o que achou, escreva para esclarecer alguma dúvida.

O livro possui 43 páginas, em pdf.


Para baixar o livro, CLIQUE AQUI




.

Nosso mundo de cada dia - Mensagem para adolescentes cristãos

.
Adolescentes


Comentários sobre assuntos do dia a dia.

João Cruzué

1 - Amor - Deus tem mesmo preparado alguém especial para mim?

Verdade. Mas depende de você investir tempo com Deus. Não se trancar o dia inteiro em um quarto com a Bíblia na mão, mas conversando com Ele, pelo menos todo dia. Sim há alguém especial para sua vida. Para conhecê-lo você precisa fazer um compromisso de fidelidade com o Senhor. Ser honesto com Deus. Se falhar, peça perdão e não volte a errar nas mesmas coisas. E por fim, não será namorando ou ficando com todo mundo que você vai descobrir por tentativa e erro quem foi que Deus preparou para você. Não é da forma que você pensa. Deus gosta de nos surpreender. Se você esperar, e confiar em Deus Ele vai trazer até você alguém que amar por toda a vida. E a recíproca também é verdadeira:ele ou ela também o/a amará com a mesma intensidade.

2 - Sexo - Casar virgem é caretice e pensamento ultrapassado?

Mentira. Deus nos criou para amar ser amidos e felizes. Todavia, você precisa se guardar puro/pura para aquela pessoa especial que Deus preparou para você. Pisar na linha, avançar o sinal, entregar sua virgindade antes do casamento para alguém que não é o escolhido ou a escolhida, só porque os outros acham isso moderno? Isso não tem nada de modernidade. É uma aventura que desagrada a Deus. Que "todo" mundo faz assim, e que você deveria pensar igual a todo mundo. Errado! O mundo segue a voz do diabo e nós os crentes a voz do Espírito Santo. Quem quiser andar segundo os conselhos mundanos, também deve se preparar para sofrer nas mãos do diabo.

Um lar cristão precisa ser constituído de acordo com as verdade bíblicas. Para construir um lar sobre a ROCHA e não sobre a areia, você deve escutar o que Deus Fala. Se você se guardar e esperar o tempo de Deus, você vai se casar sob a proteção e vontade do Senhor. Se você pisar na "bola", e seguir o mundo, vai pecar por rebeldia. Você vai dar na bandeja a chave da sua vida sentimental na mão do diabo. E assim os planos de Deus para seu lar serão arruinados. Não é apenas a virgindade que se perde quando não se obedece a voz de Deus para seguir os costumes do mundo. O diabo vai roubar as bênçãos do seu lar. O pecado de fornicação, sexo antes do casamento, derruba o muro da proteção de Deus. E por esta brecha, as coisas malignas tem liberdade para entrar e sair quando quiserem.

Por isso, todo cuidado é pouco nos relacionamentos antes de você se casar. O sexo é muito deturpado nos dias de hoje. O sexo descartável é muito valorizado pelo mundo. E por descartável quero dizer aquilo que se usa e depois joga fora. Deus não criou o sexo para ser descartável. Foi criado para alegrar o dia a dia pessoas se amam de verdade e que esperam o tempo do matrimônio para depois praticá-lo.

Infelizmente, tem gente que ainda ESCOLHE errado, seguindo maus conselhos de amigos ou amigas da "onça", achando que é coisa "moderna", "chic", "top", quando na verdade, perder a virgindade voluntariamente antes do casamento é o caminho mais curto para abrir as portas do coração e colocar a chave nas mãos do diabo.


3 - Aborrecimentos na Igreja - Todo mundo passa por isso.

Verdade. Mas isso não é motivo para desistir de ir ao culto. Você vai à Igreja para honrar, para cultuar a Deus. Não vai lá para cuidar de outras coisas. E cultuar corretamente significa oferecer sacrifício agradável a Deus. Louvor, oferta voluntária, e o principal: a sua presença no culto. Aqueles que começam a desistir de ir ao culto por alguma razão estará oferecendo um sacrifício defeituoso. Isso não é aceito por Deus.

Chegar a Deus no culto com um coração humilde, sem se preocupar com A e B é a decisão correta.
A causa de muitos desvios e enfraquecimentos, na maioria das vezes, vem do costume de reclamar, murmurar, relembrar continuamente de coisas ruins. O Espírito Santo se entristece com atitudes assim. E, cada vez que resistimos a voz ele vai se apagando da sua vida. É melhor jogar no lixo do esquecimento as coisas ruins que acontecem em nossos relacionamentos do que perder a alegria do Espírito Santo.


4 - Orações - Deus responde as minhas orações?

VERDADE. Ele sabe o que precisamos. E principalmente, quando devemos receber o que pedimos. Algumas coisas Ele atende de imediato. Outras coisas são pedidos vaidosos, e não vamos mesmo recebê-las. Mas as grandes bênçãos estão condicionadas à nossa paciêcia e esperança. Coisas que precisamos aguardar pelo tempo de Deus. E quando somos capazes de esperar com paciência pela resposta, isto aumenta a nossa fé. Mas posso garantir que aqueles que agradam a Deus, que são sinceros com Ele, não ficarão sem receber as bênçãos maiores.

Experimente fazer uma listinha para intercessão, e tome um pouquinho dmais de tempo para conversar com Deus. Eu sou testemunha viva de que Deus ouve orações, mesmo a mais simples delas.



5 - Internet é uma coisa segura?

Mentira. A experiência mostra que um psicopata, sempre se apresenta com a voz ou palavras de anjo. A especialidade dele é jogar, é enganar com a cara mais santo do mundo para conquistar suas vítimas. Tome muito cuidado. Não dê seus endereços, não mostre escancaradamente a escola onde estuda, tenha sabedoria suficiente para NUNCA fazer amizade com estranhos - que nunca viu. Não marque encontros sem sua família saber. Não dê "mole" para o diabo.

Ainda mais.A pornografia também é um vício incontrolável. Se você parar um segundo para contemplar a nudez de alguém pela Internet, isto será o bastante para ser fisgado e viciado. Um abismo chama outro abismo muito maior. O Salmista disse "Não porei coisa má diante dos meus olhos." Você também precisa assumir ou manter um compromisso com Deus de santidade no olhar. Cuidado com as imagens de câmera. Tudo o que é filmado hoje, pode ir para o YouTube amanhã.


Redes Sociais, como Facebook, Orkut, Twitter - Pesquisa concluída recentemente na China, mostrou que o uso descontrolado do tempo em redes sociais produz a mesma dependência que as drogas químicas. É difícil de abandonar. Tenha muito cuidado.


6 - Escola. Por que é tão chata?

VERDADE. Durante a adolescência é muito chato carregar livros e mais livros, cadernos, trabalhos. Mas se não se esforçar e completar seus estudos, aí é que você vai conhecer uma coisa muito mais chata. Ver todo mundo conquistando seu lugar e você não. É preciso muito disciplina para se graduar com perfeição. Quem não estuda perde sua liberdade, compromete o conforto da família e passa a vida cumprimentano as conquistas dos amigos. Então, deixa de ser manhoso/a e "enfia" a "cara" nos livros. Estes, sim são amigos de verdade.

Se você não se esforçar, correr atrás dos seus sonhos, vai ganhar pouco, vai ajudar pouco a casa, e ainda poderá sofrer ate o assédio de criminosos.
Se você gosta de estudar, e não tem livros nem dinheiro, vou lhe dar um conselho: Livros você pode pedir em qualquer biblioteca de uma Escola. Se o problema é dinheiro, se você insistir (mesmo) atrás de uma bolsa de estudos, mais cedo ou mais tarde vai conseguir realizar seu sonho. O problema é que os que desistem de correr atrás dos sonhos, ficam para trás e os que dão um passo a mais conquistam suas vitórias. Veja o exemplo da campeã Olímpica de salto à distância - Maurren Maggi. Ela ganhou a medalha de ouro porque saltou 1cm a mais que a segunda colocado. O que é um centímetro? Neste caso foi a distância entre a vitória e a derrota.


10 - Verdades e Mentiras - nem tudo o que se ouve hoje pode ser verdadeiro. quando aparecem certas coisas desconhecidas para mim, eu vou orar e esperar a voz de Deus. Depois de ter feito isso eu observo meu coração. Se ele está preocupado, com dúvidas eu percebo que não é da vontade de Deus insistir naquele assunto.

Mas se meu coração estiver com uma grandepaz, aqui está um grande segredo, eu sigo em frente pois Deus está no negócio. E concluíndo: é por isso que precisamos ser honestos com nós mesmos e fiéis em tudo ao Senhor, pois a orientação de Deus não é para todos. Pois, Deus não orienta alguém cuja vida anda cheia de pecado. É preciso se concertar para ouvir Deus falar e nos orientar.


Vou ficando por aqui. Abraço!






lança o teu pão sobre as águas

.

João Cruzué

Não posso esquecer a emoção que senti quando ouvi a voz silenciosa do Espírito Santo falando em mim. Eu acabara de receber uma carta de um preso e ainda estava com ela nas mãos. Vou contar de novo este fato, pois faz ele parte das boas coisas que aconteceram comigo durante um longo período de tribulações financeiras.

De 1994 a agosto de 2000 eu cuidei de uma congregação. Por motivos pessoais licenciei-me da Igreja para atender um compromisso familiar. Seis meses depois de volta a São Paulo comecei a passar uma temporada de solidão ministerial. Entendo que estava "atravessando" de barco o "Mar da Galileia". Eu tinha tudo para naufragar, mas Jesus a tudo observava.

Um dia, olhei no portão de casa para ver se chegara mais uma conta. Lá estava um envelope cor de rosa, estranho. Remetente? Um presidiário da P1 de Avaré. Destinatário? Curiosamente, tinha os mesmos dados de um velho carimbo de literatura. A surpresa: seis anos foram o longo tempo que se passou para que uma semente Evangelho S. João levasse para brotar desde a semeadura até aquele envelope no portão.

Ao ler a carta e conhecer os dados do carimbo eu percebera que Deus estava falando comigo. Ao compreender que aquela carta era o brotar da primeira semente de uma semeadura de seis anos, um tempo muito longo de onde nada havia brotado, chorei, e alegrei-me no espírito.

O Espírito Santo martelava no meu coração as palavras de Eclesiastes 11:1: : Lança o teu pão sobre às águas, porque depois de muitos dias o acharás; era como se alguém o marcasse com brasas. Na tradução literal: Lança a tua semente sobre as águas...

Este foi o começo de um ministério de dois anos e meio. Mais de meia tonelada de literatura usada recolhida e despachada para 30 penitenciárias diferentes dentro do Estado de São Paulo. Mais de 500 cartas recebidas e 800 enviadas. Desempregado e solitário na Igreja, aquela ocupação caiu do céu para ocupar-me até o início de meus dias de novo emprego.

Se por um lado, foram aproximadamente 11 anos de deserto, principalmente financeiro, foi também o período em que mais busquei a presença do Senhor. Eu era como um grão de areia dentro da ostra em um processo de criação de uma pérola. Ainda não sou a pérola, mas passei por um polimento rigoroso.

Vejo com muita preocupação os dias da Igreja Evangélica brasileira. Todo ano são centenas e centenas de ministérios abertos, de todas as correntes, matizes, ideologias e idiossincrasias. Somos muito divididos e pouco coesos. A julgar pelo Evangelho, "reinos" divididos são reinos enfraquecidos. Enquanto isso mais de uma centena de milhões de brasileiros ainda não tiveram um encontro verdadeiro com Deus. Eles estão famintos, mas não confiam em nós. Com muita justiça, nossa imagem perante eles é de uma avareza e hipocrisia ímpares.

Há um evangelho "água de batata" sendo pregado na terra do café. Ele faz comichão nos ouvidos das pessoas porque elas gostam de ouvi-lo. São palavras lindas de se ouvir: Vitória! Bênção! Ouro e prata! Portas abertas! Carrões, mansões, viagens ao exterior! Ô maravilha!

Um evangelho de palavras! Focado em testemunhos de prosperidade de A, B e C. A publicidade está direcionada para homens de sucesso. Isto não passa de castelos construídos na areia e com a areia da praia. Quando o "rei" do castelo cai, o estrago não pode ser medido. Jesus ficou fora do foco e isso é um mau sinal.

Estive lendo "Aurora" de Nietzsche esta semana. Ele fala uma linguagem muito apreciada pelos não crentes, pelos crentes desviados. Ele estudou teologia numa escola que poucos tiveram e têm o privilégio de estudar. Pais luteranos, estudou Teologia e Filosofia na Universidade de Bonn. Cumpriu literalmente em Nietzsche este versículo bíblico "A letra mata, mas o Espírito vivifica.

Nietzsche não teve a oportunidade de um encontro verdadeiro com Jesus. Se teve, com certeza deve tê-la desprezado. Ele deu testemunho do apóstolo Paulo, segundo ele o homem que atirou ao mar boa parte do lastro do judaísmo pelas bordas do navio do cristianismo para conseguir navegar por águas gentílicas. Nitchzsche testemunhou que, se não fora o ímpeto do apóstolo Paulo, já há muito não se falaria do cristianismo. O interessante é que Nietzsche como teólogo tinha um potente "telescópio" para ver com muito mais acuidade que qualquer outro. Mas ele era completamente cego. Não cria no Espírito Santo. Achava que Paulo foi o motor que impulsionou o cristianismo até os nossos dias. Paulo pode até ter sido o motor, mas não era o combustível, a energia - assunto tão prioritário em nossos dias.

Paulo dizia claramente que não pregava um evangelho de palavras persuasivas de sabedoria humana. Ele fazia questão de afirmar que pregava um Evangelho de poder, de arrependimento, de sinais e milagres. O Evangelho da diferença, o Evangelho que faz o pecador sentir a presença de Deus. O Evangelho do arrependimento e do compromisso. É por isso que estamos passando por dias ruins, estamos presenciando a busca por um evangelho pragmatico-antropocêntrico.

Estamos presenciando um paradoxo em nosso meio evangélico. Nunca tivemos tanto, mas continuamos famintos. Ministérios, mansões, carros importados, megatemplos, megaeventos, superpregadores, mas o povo continua faminto da presença de Deus.

É como dizia um pregador: É preciso ter para poder dar! Quem não tem a presença de Cristo na própria vida, não tem nada para semear, a não ser palavras de um falso evangelho, que parece, mas não é!

Por isso não se engane com palavras bonitas, compre as verdadeiras sementes em um processo de aproximação constante do Senhor. Alguém tem que fazer o trabalho duro, este alguém pode ser você. Há uma multidão de famintos em nossa nação, são muito exigentes: eles detestam o pão dos exploradores da fé. Há muita pregação e pouco Evangelho. Muito espetáculo e pouca colheita. Se hoje ouvires a voz do Espírito: semeie, pregue, ensine, louve, reparta, perdoe e ore .

AJA!


.

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Documentário "O Homem do Monte"



.
Irmão Osmar Bezerra
Dono da Chácara Monte das Oliveiras - Palmas/Tocantins

Gleydsson Nunes

O HOMEM DO MONTE*

É fácil notar a presença cada vez maior das igrejas evangélicas em Palmas. Das tradicionais às neopentecostais - com forte apelo midiático - os templos multiplicam-se. Os dados do Censo 2010 do IBGE referentes ao credo dos palmenses estão sendo tabulados e devem ser divulgados no mês de fevereiro, representando em números e estatísticas uma visível transformação social.

Em 2012, um assunto familiar ao universo protestante vai ganhar as telas. O Homem do Monte é o título de um documentário que está sendo produzido, com previsão de lançamento para o mês de maio 2012. A narrativa tem como fio conduto a história do vendedor de caldo de cana, Osmar Bezerra. A chácara que ele adquiriu nos anos 1990 tornou-se um ponto de culto para milhares de fiéis. A peregrinação começou tímida e não demorou até que fiéis de diversas denominações elegessem o pequeno monte que há na propriedade para elevar suas orações a Deus.

O nome da chácara não poderia ser outro: Monte das Oliveiras. “Quando venho aqui, desço cheio de alegria e de esperança”, conta Olimar Silva. O vendedor de pão prefere orar sozinho, mas há quem opte em louvar a Deus na companhia de parentes, amigos ou membros da igreja.

O ato de subir ao monte guarda uma significação importante para os cristãos. A crença é fundamentada em passagens bíblicas em que líderes como Moisés, e até o próprio Cristo, recolheram-se a uma montanha para orar. Segundo a bispa Edna Nascimento, da Igreja Apostólica Restauração e Paz, o monte por si só é um lugar comum, “mas a fé o torna um lugar especial”. Em sua avaliação, o Monte das Oliveiras é uma espécie de refúgio onde as pessoas separam um tempo para Deus, sem preocupação com o relógio. A bispa Edna, só faz uma ressalva àqueles que vão em busca de propósitos pessoais, como riqueza e poder.


FILME VAI FALAR DE FÉ

O jornalista Gleydsson Nunes, diretor do documentário, diz que o filme não tem o objetivo de defender práticas, dogmas ou denominações religiosas. “Quando soube da existência do Monte das Oliveiras, imediatamente senti o desejo de produzir um documentário a respeito, principalmente quando conheci o Seu Osmar”. Gleydsson não é protestante e garante que essa condição não terá influência na obra. “Antes de minhas opções pessoais vem o profissionalismo, assim conquistei a confiança de Seu Osmar e das pessoas que estão participando do documentário”, afirma o diretor.

Os demais personagens serão pessoas de níveis sociais e educacionais distintos, com seus relatos de graças alcançadas e experiências sobrenaturais. “As coisas de Deus parecem loucura para as pessoas normais”, argumenta Raquel Montizuma. A história dela é uma das mais impressionantes. Em 2009, deixou tudo para trás e literalmente mudou-se para o Monte das Oliveiras. Permaneceu lá cinco meses sob uma barraca de praia, tomando banho com água levada em garrafas pet. No ano passado, repetiu a dose: subiu ao monte e só voltou pra casa após cento e cinco dias.


UMA MISSÃO A CUMPRIR

Seu Osmar é um homem simples, de poucas palavras mas de trato fácil. Casado e pai de três filhos, mora em Palmas desde 1993. A residência onde mora fica a poucos metros do monte, aberto dia e noite aos visitantes. Quem chega não precisa de autorização para entrar. Também não é cobrado nenhum tipo de taxa ou solicitadas doações. Seu Osmar até gostaria de oferecer aos fiéis melhores condições, como a construção de banheiros e um ponto de apoio, mas faltam recursos.

“Eu me considero um porteiro, uma pessoa que Deus preparou pra que eu pudesse cuidar de um povo”, explica o dono da chácara. Na verdade Seu Osmar é muito mais que isso. Anos atrás, ele e esposa recepcionaram em casa, por seis meses, uma missionária que chegou ao local. Em outra oportunidade, ficou sabendo que um homem estava passando fome no monte e com intenção de tirar sua vida. Ofereceu hospedagem, alimentação e aconselhamento ao visitante.

O Homem Monte vem somar-se a outros trabalhos voltados à religiosidade como elemento destacado na cultura tocantinense. A Romaria do Senhor do Bonfim e a Folia do Divino Espírito Santo, por exemplo, já foram retratadas em documentário. A produção do filme está buscando apoios na iniciativa privada.


O Documentário "O Homem do Monte" será lançado em maio 2012.


Divulgação: Blog Olhar Cristão.



.

Mensagen para Adolescentes Cristãos

.

Pastor Watchman Nee*

Do Livro "Spiritual Knowledge"

Não é estranho que aqueles que conheciam tão pouco as Escrituras [os magos] buscassem com tanta determinação o Rei dos judeus, enquanto aqueles que tinham grande conhecimento das Escrituras não o fizessem?”
“Se um crente se recusar a aceitar os tratamentos de Deus nunca conseguirá progredir. Se apenas desejar adquirir conhecimento da Bíblia, só precisa estudar bastante e ser auxiliado por aqueles que já têm conhecimento bíblico. Mas se realmente deseja conhecer a Deus, precisa ter um encontro pessoal com Ele, pois não pode ser de outra maneira.”
“Lembremo-nos de que não há lugar para pressa na fé nem na oração. A fé resiste ao tempo. Se Deus não responder, podemos esperar até que tenhamos cem anos de idade. Esperamos contra a esperança. Abraão creu em Deus. Eliseu disse ao rei Joás para atirar a flecha contra a terra, mas o rei fez assim apenas três vezes, ao passo que deveria ferir os siros até os consumir. Assim também deve ser nossa oração; não devemos orar duas ou três vezes e parar”
“Orar é como colocar cartões de visita no prato de uma balança. Você coloca um peso de 100 gramas em um dos pratos, e vai colocando os cartões no outro. Quando joga o primeiro cartão, ele não consegue levantar o peso. Cartão atrás de cartão vão sendo colocados, sem que o peso se mexa. Até o momento que lançar o último cartão, quando ele se levanta. Assim também acontece com a oração. Oramos uma, duas, três vezes, e uma vez mais. Talvez seja essa a nossa última oração, mas então vem a resposta”
Muitos pensam que, após haverem estudado em seminários teológicos, estão qualificados para pregar. Permitam-me fazer uma pergunta: Ao pregar o Evangelho, saímos a explicar a Bíblia ou a proclamar o Salvador? Mesmo que esses seminários sejam idealmente bons, podem apenas ajudar as pessoas a compreenderem a Bíblia, mas não a conhecerem a Deus. (...) Na realidade, sobre o que poderiam falar? A pessoa só pode pregar a mensagem que a tocou. Só pode ajudar as pessoas naquilo que ela própria tem sido tocada por Deus. O que pode alguém realmente pregar se não conhecer a Deus? (...) Pregar é proclamar aquilo que Deus tratou em sua vida.”
“Podemos preparar um sermão que receba a aprovação dos homens, e, no entanto não conseguir fazer que as pessoas prossigam vitoriosamente em seus caminhos, por não terem em que se apoiar. É como uma criança na escola primária que tenta escrever um relato sobre uma viagem que nunca realizou. Somente é real aquilo a respeito do que tivemos tratamento; é isso que vai tocar as pessoas quando falarmos.”
“Há mais valor em conhecermos a Deus do que em termos conhecimento intelectual da Bíblia”
“O que é iniquidade?

Iniquidade é aquilo que não deve ser feito. Só depois que li a história de certo homem que foi ouvir um pregador na igreja, foi que vim a saber o que é iniquidade.

Terminando a mensagem, o pregador desceu do púlpito e foi sentar-se ao lado desse homem. Mas para chegar até lá, sem perceber, pisou na capa de chuva de uma senhora sentada na primeira fila. Depois a chutou para o lado sem se desculpar com a dona da capa.

O homem julgou o incidente, dizendo quão iníquo era o pregador.

O que é a iniquidade? É dever alguma coisa para alguém.

Se o pregador não quisesse pagar a senhora pelo que fez, deveria pelo menos tentar limpar-lhe a capa; caso contrário, ficaria sempre devendo algo a ela diante de Deus.

Toda vez que ignoramos um pecado, estamos sendo iníquos.”


Fonte: livro "Conhecimento Espiritual" - Editora Vida - 1993.


* Watchman Nee foi um Pastor chinês que morre na prisão em 1972, depois de 20 anos preso. Teve uma proposta de liberdade em 1968, desde que nunca mais falasse no nome de Jesus. Ele recusou.



.

CNPD - Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas

.

Design: João Cruzué

Eric Winandy*

CNPD - Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas.

www.cnpd.org.brcnpd@cnpd.org.br


Boa tarde Sr. João Cruzué.

Somos uma ONG, somos todos voluntários, nosso cadastro existe desde 2004. Atualmente temos 40.000 pessoas desaparecidas registradas em nosso banco de dados.

A Lei 12.127/09 refere-se ao Cadastro Nacional de Crianças e Adolecentes desaparecidos. Nós, não fazemos nenhuma distinção de idade, sexo, raça, necionalidade, etc.

Os números de desaparecido são desconhecidos e conflitantes. Não existe no Brasil um banco de dados centralizado, este banco de dados pertence a cada estado em separado.

Não existe vontade política (por parte dos governadores) na divulgação destes números. A Presidente Dilma tenta implantá-lo desde quando estava na Casa Civil, até agora, sem sucesso.

Nós fazemos os registros únicamente via internet. Isto quer dizer que grande parte do Brasil não faz (por problemas de infraestrutura) os registros em nosso BD.

Também sofremos com a pouca divulgação (fora da Internet). O ideal seria termos cartezes em todos os hospitais, delegacias, necrotérios, escolas, etc. Porém, não temos os recursos para este tipo de campanha.

Se o Sr. puder fazer a gentileza de divulgar nosso trabalho em seu blog, ficaríamos imensamente agradecidos. Qualquer dúvida, por favor, entre em contato.


Atenciosamente.


*Conselheiro da Entidade do Terceiro Setor (ONG) CNPD - Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas.


Comentário do blogueiro: Convido os colegas que trabalham em Prefeituras, Hospitais, Prontos Socorros, (Eu já trabalhei entre 2003 e 2009) que conversem com a pessoa responsável pela assistência social e, se for aceito, divulgar o trabalho do CNPD. Em algum tempo no futuro, quando o cadastro do governo estiver em funcionamento, essa base de dados pode ser muito útil.(João Cruzué)






O Filme Chariots of Fire

.


João Cruzué

Outro dia eu me dei de presente o DVD "Chariots of Fire", com Ian Charleson no papel do missionário presbiteriano Eric Liddell e Ben Cross representando o judeu Harold Abrahams. Já tinha visto o filme no cinema, tempos atrás. Quando se fala no filme, a mente nos traz imediatamente a lembrança do som dos sintetizadores da música do tema "Chariots of Fire", composta pelo músico e compositor grego Evangelos Odysseas Papathanassiou, mais conhecido com Vangelis.

Ao chegar em casa fui testar minhas emoções, revendo este maravilhoso filme, que possui algumas cenas que apontam para Deus e movem nosso espírito. A que mais me toca, é aquela em que "Eric Liddell", no meio da corrida, ergue a cabeça , abre a boca e olha para cima, como na foto, se alegrando na presença de Deus em plena prova. O ator Ian Charleson, repete esta cena no filme por duas vezes. Na última, quando estava participando dos Jogos Olímpicos de Paris em 1924.

Ian
Ian Charleson no papel de Eric Liddell em Chariots of Fire

Liddel era missionário, filho de missionários presbiterianos escoceses . Nasceu e morreu no campo missionário - na China. Ele para lá retornou, depois de ter ganhado a medalha de ouro nos 400 m livres na Olimpíada de Paris de 1924.

Eric Liddell corria para vencer e vencia porque o Espírito de Deus corria com ele. Então, no meio da prova, quando sua alma se encontrava com Espírito de Deus , ele olhava para cima, abria a boca e jubilava para dizer ao Criador - Eu estou muito feliz SENHOR! correndo aqui para tua glória!

Esta é leitura que fiz de minhas emoções ao assistir este filme outra vez.



.



segunda-feira, janeiro 23, 2012

Cinco anos de União de Blogueiros Evangélicos


.
Designer: Lucas Santos

João Cruzué

Hoje, 23 de janeiro, é um dia muito especial. Há exatamente cinco anos, o presbítero da Assembleia de Deus, Valmir Milhomem, junto com os pastores Esdras Costa Bentho e Altair Germano, criaram a União de Blogueiros Evangélicos com o propósito de instituir uma comunidade nacional agregadora de Blogs. Estava começando a segunda onda de blogueiros evangélicos.

A visão inicial de uma comunidade agregadora de blogs, foi acrescentada a visão do presbítero João Cruzué de que toda liderança evangélica deveria aprender publicar conteúdo cristão na Internet, começando pela forma mais simples - um blog.

Mas o crescimento da comunidade se deu mesmo foi pela operosidade de muitos companheiros anônimos e pela ajuda destacada destes irmãos: Eliseu Antonio Gomes, Pastora Marcia Chaves, Professora Wilma Rejane, Sammis Reachers , Luis Ribeiro , Lucas Santos , Wallace Souza , Cintia Kaneshigue e
Renan da Costa. Esta galera, juntos ou em tempos diferentes, ajudaram a agregar mais de 15.000 blogs à UBE.

São blogueiros de Portugal, África, América Latina, Europa, Ásia, Estados Unidos, até onde eu saiba. Amigos na Argentina, Peru, Equador, Guatemala, Angola, Moçambique, Japão, Colômbia, Venezuela, Chile, etc.

A UBE cresceu porque não procurou elitizar sua mensagem. Se você quer publicar um blog, nós vamos compartilhar o que sabemos. Há cinco anos há um tutorial chamado como blogar que ensina os rudimentos de um blog. Depois veio o curso de blogs . Para se aproximar dos países de língua espanhola foi criado a Unión de Blogs Cristianos.

O sonho dos três peixinhos, o primeiro selo da UBE, continua vivo.

Quero deixar um abraço a todos os colegas, irmãos e amigos, que ainda acreditam neste sonho.

Parabéns! UBE, pelos cinco anos de existência.



.

200 mil pessoas desaparecidas no Brasil a cada 10 anos não são encontradas


.João Cruzué

Segundo reportagem do Jornal da Tarde de 11.02.2011 , "Nesses três anos, [2008/2010] parentes e amigos comunicaram às delegacias paulistas o sumiço de 63.150 pessoas - 19.445 na capital. Dessas queixas, 50.061 foram esclarecidas. Boa parte das pessoas reapareceu espontaneamente. Outras vítimas, entretanto, são encontradas mortas."

Faltou dizer que 13.089 (63.150 - 50.061) dos casos não foram resolvidos e as pessoas não foram encontradas. Sumiu a população de uma pequena cidade em três anos, só no estado de São Paulo.

Tabela do IBGE

Dados do IBGE de 2010, mostram que o Estado de São Paulo tinha cerca de 41 milhões de habitantes. São 21,35% da população nacional. Não estaria longe da verdade se proporcionalizassde e estimasse em 61.294 o total de pessoas desaparecidas e não encontradas em todo Brasil a cada três anos.

Isso dá mais de 20.430 casos por ano; 204 mil pessoas desaparecidas e não encontradas a cada 10 anos em todo país.

Exagerado? Não. Assustado.

Enquanto isso, o Secretário Executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto culpa os estados por não alimentarem a base nacional. Ou seja, como a batata está queimando em sua mão, tratou de transferi-la.

Por que ele ou seu Chefe, o Ministro Cardoso, ainda não pediu para alterar a Lei e colocar um texto coercitivo nela?

Será que 200 mil pessoas desaparecidas e não encontradas a cada dez anos ainda é pouco? A julgar pela lentidão do Ministério da Justiça e autoridades das outras duas esferas, é.



domingo, janeiro 22, 2012

Desapareceu a Lei Federal 12.127/09 que criou o Cadastro Nacional Desaparecidos

.
João Cruzué

A lei que criou o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos está sumida há dois anos. Não se efetivou. Provavelmente, devido às burocracias Federal, Estadual e Municipal. Ela desapareceu de suas prioridades. E só vai ser "encontrada" no dia que for colocado outro artigo nela: Perda do mandato de Executivo por negligência ou uma multa substancial.

Pergunte para qualquer família que teve uma criança desaparecida o que ela acha desse falta de solidariedade.

O cadastro de pessoas físicas do IR funciona tão bem que, anos atrás, segundo a imprensa, CDS com as declarações de todos os brasileiros, inclusive do Presidente Lula, eram vendidos clandestinamente na Santa Ifigênia.

O SERASA, tem uma lista negra que tem tudo nos mínimos detalhes.

Não há um município sequer neste país que não tenha bem atualizado o valor dos imóveis para cobrar o IPTU. Contratam até empresas para conferir as medidas, para faturar.

Tudo o que INTERESSA funciona.

Mas esta bendita lei ainda não encontrada entre as prioridades do Ministério da Justiça e dos Executivos das outras duas esferas. Porque não na sua redação um texto que puna a negligência.

Era para colocar em funcionamento uma base de dados das pessoas desaparecidas de todos os estados e municípios brasileiros.

Era.

Enquanto isso, o Secretário Executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto culpa os estados por não alimentarem a base nacional. Ou seja, como a batata está queimando em sua mão, tratou de transferi-la.

Porque ele ou seu Chefe, o Ministro, ainda não pediu para alterar a Lei e colocar um texto coercitivo nela?

Abaixo está a lei que não pegou:


Lei 12.127 de 17 de dezembro de 2009.

"O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica criado o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos.

Art. 2o A União manterá, no âmbito do órgão competente do Poder Executivo, a base de dados do Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, a qual conterá as características físicas e dados pessoais de crianças e adolescentes cujo desaparecimento tenha sido registrado em órgão de segurança pública federal ou estadual.

Art. 3o Nos termos de convênio a ser firmado entre a União e os Estados e o Distrito Federal, serão definidos:

I - a forma de acesso às informações constantes da base de dados;

II - o processo de atualização e de validação dos dados inseridos na base de dados.

Art. 4o Os custos relativos ao desenvolvimento, instalação e manutenção da base de dados serão suportados por recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública.

Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de dezembro de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA

Tarso Genro "

Fonte: Planalto




.