sábado, maio 18, 2013

A sombra do divórcio entre os casais evangélicos


.
João Cruzué

-------------------------------------------------------------------------------

Está faltando autoridade, temor de Deus

e orações nos púlpitos e em muitos lares evangélicos
.

---------------------------------------------------------------------------------

Li recentemente uma pesquisa feita sobre divórcio em relação a religião das pessoas, e o resultado mostrou que os índices de separação eram idênticos tanto para católicos, quanto evangélicos, espíritas, judeus e muçulmanos. A mesma proporção entre a população religiosa estimada e a quantidade de divórcios. Como sou evangélico desde os 18, e faço 30 anos de casado neste ano, creio que tenho alguma experiência e autoridade para abordar o assunto.

Deus tem um compromisso com o casamento. Isso é inegável. Foi Deus quem criou a instituição do casamento: um compromisso formal assumido entre um homem e uma mulher, diante de suas famílias, amigos e autoridades, em todas as culturas e religiões. A forma pode ter diferenças, mas os princípios e compromissos familiares são os mesmos.

Quando um casal se separa, produz um mau exemplo, potencialmente "copiável" pelas gerações seguintes. Quando o pai abandona sua esposa, está ensinando para o filho que é o compromisso com a família é relativo. E do filho para o neto, mais relativo ainda. Quando os limites são quebrados, os referenciais deixam de existir. É isso que está acontecendo no meio evangélico. Quando os jovens membros da Igreja presenciam os filhos da "segunda" subirem no colo das esposas  repudiadas, os valores do matrimônio são desmerecidos e o púlpito perde autoridade e respeito - porque finge não ver aquilo que Deus desaprova.

Uma Igreja de faz de contas. 

É exatamente isso que tenho a dizer, e aquele versículo de Hebreus 12:5, passa de fato a ter a seguinte redação: "Desprezado seja entre vós o matrimônio, e o leito maculado não faz mal." E por deixar passar um boi, o púlpito acaba deixando passar um rebanho inteiro, pois a moral e a Bíblia foram relativizadas.

Um casamento não se sustenta apenas por sexo. Daí, a importância do jovem insistir com Deus em oração, para se casar com a pessoa certa. E o Senhor comunica conosco quem é esta pessoa, se, e somente se, andamos em santidade. Tem que andar emretidão com Deus para receber respostas de Deus. 

Orações de ímpios, profanos e pecadores não são respondidas. O conselho está bem claro em II Crônicas 7:14. Para se aproximar de Deus e receber respostas à oração é preciso andar com um coração reto. Esta comunhão com Deus traz a noiva/noivo escolhido ao encontro um do outro, da mesma forma que Eliézer encontrou Rebeca para Isaque. Amor não é sinônimo de sexo, o prazer de tocar e abraçar o corpo do cônjuge. Amor conjugal é sacrifício. E sacrifício é perdoar, desculpar, esquecer, criticar e ficar calado dependendo das circunstâncias. 

Amar é valorizar o cônjuge, levá-lo a alcançar posições mais altas nos estudos, na Igreja, na vida profissional. Nisso é preciso uma análise mais profunda, uma abordagem do caráter de muitos cristãos, que têm o péssimo defeito de criticar o cônjuge 100% do tempo . Precisamos tomar cuidado com isso, pois quando a crítica é um atributo preponderante em nosso caráter, espelhamos mais a personalidade do diabo que a de Deus. Em rápidas palavras, uma pequena ilustração: Se Zaqueu estivesse na árvore, e o diabo estivesse passando, diria: Vejam todos o homem mais corrupto, ladrão e traidor da cidade de Jericó. E Cristo, ao passar, não disse uma palavra sobre a vida de Zaqueu, suas palavras, ao contrário, levaram o "ladrão" a se arrepender e mudar de vida. Da mesma forma, elogios ausentes e críticas frequentes, fazem com que nosso cônjuge desenvolva o pior lado de seu caráter.

O sexo é muito presente nos primeiros anos do casal, mas ele deixa de ser preponderante à medida que envelhecem. É quase impossível que não aconteça rusgas e divergências sérias,  entre o interesse de um e a má vontade de outro, mas se Jesus é o Senhor de um lar cristão, o perdão cristão e a "borracha" do esquecimento devem ser bastante utilizados.

O mais importante que tenho a dizer nesta ocasião é que poucos sabem o que  fazer na hora mais difícil que casal cristão é posto à prova. Eu passei por onze anos de desemprego, onde chegou a faltar muitas coisas em minha casa. E o problema financeiro prolongado afetou muito meu casamento. Mas em todas ocasiões difíceis que minha esposa e eu passamos, quando parecia que não as coisas chegavam perto de um ponto final, nós orávamos e pedíamos ajuda ao Senhor. E foram estas orações, e são estas orações, que Deus precisa ouvir para nos ajudar. Muitos perdem seu casamento, porque se esquecem na hora decisiva de dobrar os joelhos de entregar o problema nas mãos de Jesus.

Um casal cristão somente se divorcia, se, e somente se, quando já deixou de ter um relacionamento íntimo do Senhor Jesus. Quando os dois se esquecem, ou não querem mais orar e manter Jesus em suas vidas, o lar naufraga mesmo. Pois quando Jesus é desprezado e abandonado, a capacidade de perdoar acaba, a fé vai embora e o diabo vem e toma posse. Primeiro destrói o lar dos pais, depois leva os filhos à fornicação, a usar de engano no namoro. Quando a geração dos netos chega à adolescência, a promiscuidade já tomou conta da família. O divórcio é o resultado de vários erros que poderiam ser evitados se houvesse mais temor de Deus tanto na nave quanto no púlpito das Igrejas Evangélicas.

Que o Senhor tenha misericórdia, e atenda as orações de quem está neste momento em dificuldades. Quando tudo mais falha, a oração nunca perde seu valor, pois mantém aberta a porta do socorro de Deus, bem presente nas horas de aflição. Antes de jogar tudo fora, peça ajuda ao Senhor e espere pela vitória.

Assim, entendo que o divórcio entre casais evangélicos se tornou comum em nosso país por causa da falta de temor de Deus e do hábito de orar em secreto a Deus. O mau exemplo tem sido tolerado pelos púlpitos, que tem feito (com raras e honrosas exceções) vista grossa para o pecado que acontece debaixo de seu "nariz". E quando o matrimônio é relativizado, as pesquisas de sobre divórcio vai mesmo mostrar que não existe diferença na quantidade de divórcios entre crentes, católicos, espíritas, judeus, muçulmanos, incrédulos, ímpios, etc. Está faltando autoridade, temor de Deus e orações nos púlpitos e em muitos lares cristãos.




.

Nenhum comentário: