domingo, novembro 17, 2013

O papel da Igreja e a política


A MISSÃO DA IGREJA É PREGAR O EVANGELHO


BÍBLIA

João Cruzué

Quero deixar registrado com bastante clareza, aqui, minha opinião sobre o papel da  Igreja  e de seus pastores na política da nação brasileira. Blogueiro evangélico desde 2005, e cristão servo do Senhor Jesus Cristo desde os 19 anos, sou compelido a posicionar-me de forma clara, de acordo com o conhecimento da vontade do Senhor que adquiri neste quase 40 anos. Se o interesse exagerado da Igreja Evangélica brasileira  e de seus pastores não for criticado, comentado, reprovado, combatido, ele só vai aumentar!

É certo que sem a Política, o Estado não vai destinar com eficiência e equidade os recursos dos tributos que pagamos. A Política, para mim, é a arte de conversar com o propósito de conhecer os problemas da nação e levar recursos  para onde há maior carência. Por exemplo: estamos praticamente em 2014 e a transposição do Rio São Francisco ainda não foi concluída. Por outro lado, fala-se abertamente na licitação do trem bala, entre São Paulo - Rio de Janeiro, a um custo de 50 bilhões de reais. Nos meios políticos, o feeling é que a primeira obra está atrasada e precisa ser concluída, enquanto que não é hora de licitar a obra do trem bala.

Quanto a Igreja, O Senhor Jesus não a edificou para outro propósito senão para ser uma casa de oração para todos os povos. Uma instituição divina e mística para cuidar da vida espiritual das pessoas. A Igreja é a porta e o caminho de  reino totalmente distinto do mundo social. Dessa forma, representação política e Igreja são coisas bem distintas. Na Igreja, a autoridade maior é o SENHOR JESUS. Na política, a autoridade maior pode ser qualquer cidadão/cidadã. Mas, em nenhuma passagem do Novo Testamento, seja pelas palavras do SENHOR, ou de Paulo, João, Pedro ou Tiago está escrito que a missão da Igreja é fazer política. A César o que é de César e a DEUS o que é de DEUS.

"Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15) - é esta a missão da Igreja.

O abandono do arado. É esta, a imagem que vejo quando percebo a preocupação das grandes denominações evangélicas, através de seus líderes,  em participar ativamente de projetos políticos, aspirando posições e cargos de poder temporal. Isto  não é bom. Isto é condenável. Um pastor que recebeu a convocação do SENHOR, a unção ministerial para cuidar do rebanho do SENHOR, quando larga tudo isso para ser um Vereador, um Deputado, Senador, Governador, ou até mesmo um Presidente, está trocando o sagrado pelo profano. Está jogando no lixo o dom do SENHOR.

Não importa se esse pastor, bispo, evangelista, apóstolo seja quem for: trocou a chamada para cuidar do rebanho do SENHOR por uma  cadeira de representação política, sinto muito. É sim, um profeta velho e um homem desviado.

Um erro de estratégia. Uma falta de paciência. Se as denominações evangélicas estivessem trabalhando prioritariamente em projetos de evangelização nos últimos 20 anos, a metade do Brasil já seria do Senhor Jesus. Isto por si só, evitaria a grande perda de tempo (e ministérios pastorais) em projetos políticos, porque se o povo de uma nação se converter ao Senhor, seus políticos serão homens com temor de DEUS.

O que a Igreja tem ganhado com a participação direta de seus pastores nas casas legislativas brasileiras? Meu comentário: pode até  ter colocado muitos pastores no poder, pode a bancada evangélica até ter chegado a 20%. Todavia,  a um custo muito alto: a sua credibilidade. Hoje, diante dos olhos da nação, qual tem sido a imagem, por exemplo: de Bisbo Macedo, de um Marco Feliciano, de um Valdemiro Santiago, R. R. Soares, Silas Malafaia...

Decididamente a de homens de negócios! Têm fama, mas não têm credibilidade perante o povo. Têm poder, mas o sucesso que eles têm não é sinônimo de inerrância. Poder temporal e fortuna são coisas que destoam do perfil do CRISTO e, se destoam, devo tomar cuidado com a voz dos falsos profetas.


Lugar de Pastor evangélico não é na política, mas cuidando da sua missão espiritual: Orando, evangelizando, pastoreando, consolando, aconselhando, repreendendo, ajudando a levantar, a perdoar... Deixar o espiritual pelo material é loucura.  

O crente deve ficar afastado da política? Note bem: até agora estava criticando a postura de LIDERANÇAS EVANGÉLICAS que têm exagerado em projetos políticos. Quanto aos crentes que não têm chamada pastoral, nem unção ministerial para o trabalho do SENHOR, ao meu ver, estão livres para ser: médicos, políticos, cantores, esportistas, militares, juízes, advogados, ministros, deputados, governadores, senadores e até presidentes. Cada um ore e aja sempre de acordo com o propósito de Deus para si.

O papel da Igreja não é separar seus pastores mais populares para serem candidatos a cargos eletivos, porque eles têm compromisso com Aquele que os separou. Se a Igreja fizer isto, estará pisando nos dons ministériais de seus líderes, e Deus não vai deixar isto impune.

O papel da Igreja Evangélica é pregar o Evangelho da salvação ao pobre para que ele encontre o caminho da prosperidade; ao enfermo para que ele receba a cura; ao oprimido pelo diabo para que ele seja liberto; ao corrupto para que ele deixe de roubar o sustento do pobre, a correção da aposentadoria da viúva,  o sustento dos velhinhos, o pão da criança desamparada.

O papel da Igreja é condenar a corrupção, e não caminhar ao lado dos corruptos. O papel da Igreja é preparar seus jovens para apregoar o ano aceitável do Senhor Jesus, em lugar recrutá-los para distribuir "santinhos" na porta dos templos.

O papel da Igreja não trazer candidatos ao púlpito, mas ensinar  os novos convertidos o som da voz do Espírito Santo, para que possam discernir de pronto  se é o santo ou o profano que está falando. 

Com tantas almas perdidas na miséria e no pecado, a Igreja está precisando de mais Pastores, mais Bispos, mais Apóstolos para enviar ao campo em lugar de mandá-los para ser políticos em Brasília. Mais juízo e menos vaidade.

Por outro lado, é também o papel da Igreja levar, por meio da Palavra de Deus, homens e mulheres  a possuírem o temor de Deus, para que sejam aptos a toda a boa obra, inclusive, servir à nação em qualquer cargo ou função da carreira pública. Se isto não for feito, a corrupção continuará apodrecendo a política e roubando o futuro de milhões de brasileiros.

Crente na política e Pastor na Igreja!









6 comentários:

Pr.Oldemar Dressler disse...

CONCORDO: O IRMÃO FOI IMENSAMENTE FELIZ EM SUA ANALISE.
Na minha opinião, a politica só trouxe desunião as igrejas. Hoje, cada uma das grandes igreja é praticamente um partido politico particular a concorrer e dividir os eleitores. Os pastores candidatos são uma vasta pluralidade de partidos e não á unidade nem dentro das proprias denominações. Se todos os cidadãos cristãos fossem unamines seriamos muito mais respeitados pelos politicos e nossas reveindicações teriam um peso muito maior.

Joao Cruzue disse...

Obrigado, Pastor, pelo seu comentário. É mais Evangelho e menos política.

Alceu Santos disse...

Muito bom o texto, Pr. João! Concordo com ideia central, que a meu vê,o irmão chamou a atenção para pastores que se envolvem com política e deixam as ovelhas a "vê navios"... Muito bom isso vindo de um pastor. Agora, se me permite, gostaria de fazer uma pequena consideração, tudo bem? Ok. Bem,percebi que a primeira preocupação do Pr. é evitar que o mundo não entre nas igrejas, acertei? Com todo respeito ao pastor que és, mas, meu irmão, o mundo já entrou nas igrejas faz tempo. E só não vê quem não quer. Essa onde da teologia da prosperidade que anda rolando por aí fazendo que um crente não contabilize esforços para se dá bem é um sintoma de que o mundo já entrou. As pessoas se tornaram egoístas e só buscam seus próprios interesses mesmo que seja em detrimento de outro irmão... Isso é "mundo" meu querido! Cada um busca benção para si sem se importar se o irmão do lado está passando por necessidades! Isso é anti-evangelho! No Evangelho de Jesus o Pai é Nosso. O Pão é nosso e o Reino é nosso!... Totalmente diferente desse evangelho que vemos por aí. Me desculpe, viu Pastor, mas essa é minha opinião. Um forte abraço do seu irmão em Cristo. www.alceusantos.blogspot.com

Eliseu Antonio Gomes disse...

João.

Sou defensor da ideia de que o cristão evangélico deve ser uma pessoa com boa representação na esfera política. Porém, seu represente não deve ser o pastor da igreja.

Considero uma situação conflitante o pastor exercer carreira profissional seja em cargo político ou em outra ocupação qualquer da nossa sociedade. Quem é vocacionado ao pastorado deve ser pastor 24 horas ao dia, dedicar-se plenamente ao pastorado, cuidar para que almas sejam conduzidas à eternidade com Deus e não perder seu tempo com as coisas terrenas dessa vida terrena.

Quando afirmo isso, alguns pensam que esteja defendendo interesses pessoais. Não jamais passou pela minha cabeça ser um pastor. Não me vejo vocacionado para tanto.
Abraço.

E.A.G.
http://belverede.blogspot.com.br

Joao Cruzue disse...

Pastor Alceu,

Obrigado pelos comentários e pela visita. Uma das evidências que o mundo tem influenciado a Igreja é o grande interesse delas pelo poder temporal.
Por outro lado, Jesus disse que as
portas do inferno não prevaleceriam contra ela, certamente porque a Igreja do SENHOR não tem placa. Ela não é constituída por crentes mundanos, pois quando um fiel deixa a fé, ela tem automaticamente seu nome riscado do Livro da Vida.

E nesta situação, ele pode até frequentar uma denominação, mas está fora da IGREJA ESPIRITUAL DO SENHOR.

Abraço!

Joao Cruzue disse...

Irmão Eliseu,

A paz do Senhor. Agradeço muito o tempo que o irmão tem dedicado com comentários aos meus textos, desde 2005. É meu leitor mais assíduo.

E graças aos seus comentários, e também às críticas que venho melhorando.

Comentando o assunto: As pregações e posicionamentos sobre a participação de pastores e membros de Igreja nos púlpitos desapareceu. É um assunto que quase ninguém toca, por que em alguns lugares é nadar contra a maré.

E por falta de posicionamento e crítica veemente, a secularização vem tomando conta das igrejas, leia-se denominações.

Da mesma forma que a corrupção: aquilo que não é criticado e repudiado, AUMENTA!

Abraço.