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domingo, novembro 11, 2012

Corrupção rouba R$ 300 bilhões por ano dos brasileiros


CUSTO ANUAL DA CORRUÇÃO NO BRASIL

Ralo da corrupção brasileira
João Cruzué*

Os jornais estão noticiando o recente Encontro patrocinado pelo PNUD com especialistas em combate  em corrupção, realizado na primeira semana de novembro em Brasília.  Alguém disse, presumo depois deste encontro, que a corrupção leva 200 bilhões reais  por ano no Brasil, em moeda constante de 2012. Eu discordo deste valor, pois, creio que foi subestimado. O ralo corrução brasileira é muito maior.

Minhas contas são as seguintes: 
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Orçamentos Públicos em 2012:
União = R$ 2,257 bilhões
Estado de São Paulo = R$ 157 bilhões
Estado do Rio Janeiro = R$  64 bilhões
Estado de Minas = R$ 51 bilhões
Rio Grande do Sul = R$ 40,2 bilhões
Outros Estados e Capitais** = R$ 312 bilhões
TOTAL: 2.881.000.000.000,00 (quase 3 trilhões de reais)
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Raciocine comigo: Desconsiderando a metade disso, que é verba de salário e encargos, temos como resultado algo em torno de 1,5 trilhão. Os famigerados 10% disso, na média,  dariam 150 bilhões de reais. A sonegação de impostos, chutando muito por baixo, outros 150 bilhões. Total: 300 bilhões de reais po ano. Duas vezes os orçamentos da Saúde e Educação.

O ralo da corrupção  brasileira supostamente quantificado pela ONU em 200 bilhões de reais foi subestimado. Ele é muito maior. Minha estimativa chega nos 300 bilhões anuais, no mímino.

 Minha esperança: É verdade que o STJ está julgando o "mensalão" e que vai mandar alguns corruptos para a cadeia. Ouvi o Ministro Jobim dizendo que este julgamento não vai afetar em nada a conduta política do poder. Eu concordo; a menos que haja uma sequência neste começo de faxina.

Muita coisa ficou de fora. Se este "mensalão" é coisa de 2003, e que manipulou mais de 300 milhões de reais, o ralo operado por Marcos Valério foi só de 75 milhões. Será que ficou só nisso?

O esquema operado a partir de 2008 cujo caixa era muito maior, deixando para trás míseras empresas de publicidade para atacar o filé mignon da bufunfa que são as construtoras. Quando é que este "big mensalão" vai ao Supremo? Parece que nunca, a não ser que apareça no meio disso outro Roberto Jefferson.

E, vem aí o terceira versão do mensalão. Mensalão 3.0. Começando pelo dinheiro público que está sendo jogado fora nas construções de uma dúzia de estádios, que serão usados durante apenas 30 dias, e o superdesejado trem bala, que pode ser a grande "fonte" de financiamento da campanha presidencial de 2014.  O custo desta obra? apenas uns 70 bilhões de reais!

Enquanto isso, a conta do ralo desses mensalões continua   no vermelho:

1 - Cadê a transposição do Rio São Francisco?
 
2 - Por que as favelas das grandes cidades continuam sem a presença do governo, a não ser da polícia?
 
3 - Por que os professores de qualquer nível escolar continuam ganhando uma ajuda de custo, em lugar de um salário digno?

4 - Por que a agricultura familiar é um projeto falido no Brasil?

5 - Por que o pobre tem que pagar uma faculdade para estudar à noite?  

6. Por que o Brasil tem apenas um instituto de tecnologia? 

7 - Por que a saúde do brasileiro não tem dinheiro do governo para operá-la com o mínimo de eficiência?
 
8 - Por que não há mais médicos para contratar para trabalhar nos hospitais? Por que é tão caro um bom curso de Medicina?
 
 9 - Por que nossa gasolina é tão cara se "temos" tanto petróleo?

10. Por que crianças de 10, 11 anos são prostituídas na Região Norte do País?
 

E mais umas duas dúzias de por quês, que não foi alinhar.

Com 300 bilhões (do ralo) sobrando por ano, em 10 anos este país resolveria tanto o problema da educação quanto o da saúde.

E se continuar do jeito que está?

Bem, a sociedade vai continuar pagando a conta de uma outra forma. Sem estudos, sem saúde, sem emprego, sem um salário e moradia decentes, as gerações mais novas que este meio está produzindo se organizam para tomar isto via atos criminosos. É o que já está acontecendo com a indústria do tráfico de drogas.

Não bastam atos de caridade de ONGs para resolver o problema da miséria e da pobreza brasileira. São atos isolados e poucos que são filmados e reproduzidos como vitrines do bem perante a sociedade como se resolvessem o problema. Na verdade são apenas uma gota d'água, ainda que válida. Mas, a responsabilidade pelo balde, pelo rio, pelo oceano de necessidades que este país tem é de seus governos - populistas e maquiadores da real dimensão do problema.

 Maldita corrupção.


 * João Cruzué é servidor público de  Tribunal de Contas

 ** Dobrei a soma dos orçamentos dos quatro maiores Estados
  










PNUD e o combate mundial a corrupção

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O engajamento dos cidadãos é considerado por especialistas como uma das melhores ferramentas no combate à corrupção. (Creative Commons / Kenny Miller))
Stop Corruption
PNUD, em Brasília

04 Novembro 2012

Cerca de 90 especialistas em práticas anticorrupção do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e de organizações parceiras se reúnem em Brasília nos dias 5 e 6 de novembro para discutir formas de prevenção à corrupção.

O 5º Encontro Global da Comunidade de Prática Anticorrupção do PNUD fará um balanço das tendências e desafios nesta área. Além disso, ajudará o PNUD a definir as áreas prioritárias para os próximos dois anos no combate à corrupção. A questão do fortalecimento institucional e da promoção da governança para o desenvolvimento sustentável, compromissos assumidos pelos países-membros durante a Rio+20, será o fio condutor dos debates.

Dados recentes mostram que a corrupção tem impactos devastadores sobre o desenvolvimento. Estima-se que a corrupção custe, a cada ano, mais de 5% do PIB global, o equivalente a 2,6 trilhões de dólares ou à sexta economia do mundo se fosse considerada um país.

Um estudo sobre fluxos financeiros ilícitos encomendado pelo PNUD constatou que os países em desenvolvimento perdem com a corrupção dez vezes mais dinheiro do que recebem em assistência oficial para o desenvolvimento (do termo em inglês ODA – Official Development Assistance). Isso confirma a tese de que a corrupção atua como um gargalo considerável para os esforços de redução da pobreza e de promoção do desenvolvimento sustentável.

“A corrupção atinge os mais pobres de forma desproporcional. Ela é um dos maiores obstáculos que temos atualmente para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)”, afirma Magdy Martínez-Solimán, Diretor Adjunto do Escritório de Políticas para o Desenvolvimento  e Administrador-Assistente Adjunto do PNUD. “A corrupção desvia recursos destinados a serviços sociais básicos, limitando acesso dos mais pobres a saúde, a educação e a a água e saneamento.”


Todo artigo aqui: ONU.ORG.BR/PNUD




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