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quarta-feira, julho 08, 2015

Um profeta debaixo da sombra do carvalho

Sombra do carvalho
Autor: João Cruzué

Este post destoa, a princípio, do pensamento geral das lideranças evangélicas de nosso tempo. Digo a princípio, porque em meu sentir há dois tipos de exercício da política: A representação e ação política. Para mim a atuação política de um pastor diante de seu rebanho é muito mais valiosa que sua representação solitária e em uma Casa legislativa. Trocar as funções ministeriais por uma representação política é no mínimo perigoso.

Um Pastor com a chamada de Deus é semelhante ao profeta novo que apareceu em Betel para anunciar o nascimento de Josias, da Casa de Davi, diante do Rei Jeroboão, profetizando contra o altar. E ao estender o Rei a mão contra o profeta, sua mão secou-se imediatamente. Humilhado, pediu oração. o profeta orou e sua mão ficou curada. E disse Rei ao profeta novo: Vem comigo a minha casa e conforta-te e dar-te-ei um presente.

Porém o profeta novo disse: Ainda que me desses a metade da tua casa, não iria contigo, nem comeria pão, nem beberia água neste lugar, porque assim me ordenou o Senhor: Não comerás pão, nem beberás água, nem voltareis pelo caminho por onde foste. E o profeta se foi, voltando por outro caminho.

E morava em Betel um profeta velho. E o profeta velho, era muito experiente nas palavras. Ele mandou albardar um jumento, e foi à procura do varão de Deus. E encontrando-o sentado à sombra de um carvalho, perguntou:

--És tu o homem de Deus que veio der Judá?


--Eu sou.



--Então vem comigo à minha casa e come pão.



-- Não Posso. O Senhor me disse que não.



-- Ah! também sou profeta como tu, e um anjo me falou pela palavra do Senhor dizendo: "Faze-o voltar contigo para tua casa, para que coma pão e beba água." Mentindo.


E sucedeu que depois que comeu pão e bebeu água, o homem de Deus (o profeta novo), se foi  montado em seu jumento. E um leão o encontrou pelo caminho e o matou. E tanto o jumento quanto o leão estavam junto ao cadáver, quando foi encontrado.


Como contextualiza bem o momento político atual com este trágico acontecimento do passado, que está registrado em no capítulo 13 do primeiro Livro dos Reis. Ele traz um alerta aos homens de Deus que hoje vão em busca da sombra do carvalho. À sombra da tentação e a porta da morte. Orgulhosos das conquistas que já fizeram à frente do ministério, agora  procuram a sombra do carvalho, que é muito parecida com o terraço do palácio onde Davi estava, já cheio de tantas vitórias, no dia da tentação.



É à sombra deste carvalho que muitos homens de Deus, pastores, evangelistas e bispos, têm sido tentados de uns 15 anos para cá. Ali naquela penumbra, escondidos do sol, tem se ouvido muitos convites semelhantes, convincentes, baseados em discursos de profetas velhos cheios de argumentos ardilosos... Olha eu também sou pastor, bispo, homem de Deus como você, seu lugar não é no Deserto, você precisa ir para Brasília - para defender o "POVO", a Igreja Evangélica... volta, vem comer o pão e beber a água do Planalto!



De onde está vindo os muitos escândalos, contradições, fisiologismo, de homens que antes andavam calçados com os sapatos do evangelho, e os trocaram pelos "jumentos" do secularismo. Há muitas Igrejas de luto, olhando o que restou dos homens que antes cuidavam do rebanho do Senhor: cadáveres espirituais cercados de leões e jumentos.



A representação política está ao alcance de os todos cidadãos deste país. Mas não para o homem que tem uma chamada real para o santo ministério do Senhor. Se voltar atrás, a alma do Senhor não terá mais prazer nele. É sempre bom lembrar disso.




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